retrospectiva/2019

Ano que termina hoje deixa cenário de incertezas para o ano que se inicia amanhã nos campos 
da política, economia, na área internacional, na cultura, no desenvolvimento urbano e no esporte. 
Confira as perspectivas que se anunciam para 2020.

Goiânia é essencial para 2022

ELEIÇÕES Pleito de 2020 deve ajudar a desenhar o cenário para os embates ao governo, passando principalmente pela presença ou não do prefeito Iris Rezende (MDB) na disputa pelo Paço
Marcos Nunes Carreiro
marcos.carreiro@opopular.com.br
É discurso corrente que as eleições de 2020 são apenas uma etapa de 2022, tanto para os partidos que pretendem recompor o espaço perdido no pleito de 2018 quanto para os que pretendem ampliar o que conquistaram recentemente. Nesse cenário, Goiânia é a base para os que têm alguma pretensão daqui a dois anos.

É o caso, por exemplo, do governador Ronaldo Caiado (DEM) e do ex-deputado federal Daniel Vilela (MDB), ambos de olho nos impactos da possível reeleição do prefeito Iris Rezende (MDB).
O democrata vê em Iris seu principal aliado, confia no apoio mútuo que tem tido com o prefeito desde 2014 e, por isso, deve apoiá-lo, caso seja candidato. Já Daniel, como presidente do MDB, quer seu partido no comando da capital, com vistas ao apoio para 2022, quando deve disputar novamente o governo contra Caiado. 

Nesse ínterim, Iris permanece, como já se tornou praxe sua em vésperas de eleições, em silêncio sobre sua participação ou não na disputa, inclusive por saber que é ponto central até para as definições de outras siglas, afinal, a postura do governo estadual em relação ao pleito dependerá da presença ou não de Iris na disputa. Caiado apoiaria uma candidatura emedebista de Maguito Vilela, ex-governador e pai de Daniel? Pouco provável.

Do outro lado, o PSDB se prepara para ter candidato depois de 20 anos sem disputar diretamente o Paço goianiense – a última candidatura tucana foi a de Lúcia Vânia, em 2000. O desafio do deputado estadual Talles Barreto é o de tentar aplacar um pouco da derrota sofrida pelo PSDB em 2018.
Legado esse do qual tentará se afastar Cristina Lopes, que ainda está no PSDB, mas já acertou candidatura ao Paço pelo PL. No jogo, aparecem ainda Major Araújo (PSL), Francisco Júnior (PSD), Virmondes Cruvinel (Cidadania), Elias Vaz (PSB) e Adriana Accorsi (PROS), entre outros nomes, como Wilder Morais (PROS) e Romário Policarpo (Patriota). Todos com algum interesse em 2022.
Até o momento, há mais de dez pré-candidatos colocados (ou que se colocam) na disputa, mas é provável que parte considerável desse número fique pelo caminho.

Estruturação
O momento agora é de estruturação das candidaturas daqueles que de fato pretendem ir à disputa, visando, por exemplo, gerar expectativa de poder para atrair outros nomes. Nesse cenário, o senador Vanderlan Cardoso (PP) é cortejado pelos partidos, sobretudo pelo PSD de Francisco Júnior, mas é almejado também pelo Podemos de José Nelto, que se coloca como possível candidato. E com certa razão, afinal, o pepista obteve 278 mil votos no segundo turno contra Iris em 2016, e vieram de Goiânia 522 mil de seus 1,7 milhão de votos para o Senado em 2018.

O senador, aliás, é outro que tem interesses em 2022. Tanto que, após entrada do PP na base do governo Caiado, tem mantido conversas com outros partidos, apesar de ter sido “lançado” diversas vezes como pré-candidato à prefeitura pelo presidente pepista, Alexandre Baldy. Nos bastidores, é certo seu interesse numa possível candidatura ao governo. Diante disso, é certo que passará por Goiânia o desenho do cenário que demarcará os embates futuros.

Será que vai ficar tudo pronto?

Urbanismo Prefeitura de Goiânia abre diversas frentes de obras, impactando o trânsito. Enquanto o goianiense espera para ver o que muda na mobilidade, votação do Plano Diretor fica para o ano que vem
Márcio Leijoto 
marcio.leijoto@opopular.com.br
A Prefeitura de Goiânia conseguiu com alguns atrasos cumprir o que se propôs em 2019: lançar o máximo possível de obras de impacto visual e inaugurar algumas delas já no segundo semestre, além de projetos que busquem revitalizar espaços públicos, como o Adote uma Praça e a aprovação na Câmara do projeto que isenta de IPTU por até dois anos os proprietários de imóveis da região histórica da cidade que limparem suas fachadas. Por outro lado, projetos mais polêmicos de impacto para a cidade e para os cidadãos, não tiveram avanços, com destaque para a revisão do Plano Diretor e do Código Tributário. 

O lançamento de tantas obras de grande porte em Goiânia ao mesmo tempo, com destaque para a região centro-sul, fez com que, intencionalmente ou não, esse fosse um dos principais assuntos da imprensa e dos goianienses, na maioria das vezes por causa dos transtornos causados no trânsito, em proporção similar ao dos serviços iniciados. Ficou praticamente impossível escapar de pelo menos um congestionamento ao tentar atravessar a cidade entre o Centro e o Setor Pedro Ludovico. Um exemplo bastante estressante disso é o trecho entre Terminal Isidória até a Rodoviária, passando pela Marginal Botafogo, no horário de pico.

Durante o ano, O POPULAR fez pelo menos três grandes balanços das obras em andamento na cidade. A última, publicada no dia 29, mostra que dos 25 principais empreendimentos tocados pela Prefeitura em 2019, dois foram entregues: a revitalização da Rua do Lazer, no Centro, e o viaduto da Avenida 90, no cruzamento com a 136, no Setor Marista. Das que sobraram, 53% estão com o cronograma atrasado, mas o prazo que conta para o prefeito é segundo semestre de 2020, quando encerra seu mandato.

Junto à entrega da Rua do Lazer, elogiada por quem passou lá, a prefeitura viu ser aprovada neste mês pelos vereadores proposta sua apresentada um ano antes de enfrentar a poluição visual que se espalhou nas ruas do Centro e do Setor Campinas, bairros considerados do Núcleo Pioneiro da capital. A adesão dos proprietários de imóveis, de preferência os comerciais, deve estar liberada a partir de janeiro de 2020. Comerciantes e moradores destes setores dizem que ainda é cedo para medir o impacto destas medidas, mas o discurso da Prefeitura de revitalizar o Centro e levar o bairro a reviver sua pujança econômica e social segue forte. 

Entre as obras, as que pessoas próximas ao prefeito dizem que ele considera prioritárias são a da extensão da Avenida Leste-Oeste, que contará com dois viadutos e servirá para desafogar o trânsito na Avenida Anhanguera e Independência, e o complexo viário da Avenida Jamel Cecílio. A da Leste-Oeste segue com problema no trecho que vai para Trindade, cuja licitação ficou para 2020. Já para urbanistas e especialistas em trânsito, a mais importante deveria ser a conclusão do BRT, que vai ligar a cidade de Norte a Sul. O restante são obras que resolvem problemas pontuais, sem soluções definitivas.

A Câmara Municipal, que foi fundamental para os planos obreiros da Prefeitura ao aprovar neste ano os pedidos de empréstimos que viabilizaram boa parte das obras e o serviço de reconstrução de 630 km de asfalto em 2020, não conseguiu aprovar o projeto de revisão do Plano Diretor dentro do cronograma proposto pelo presidente da Casa, vereador Romário Policarpo (Patriota). 

Em parte, segundo os vereadores, o atraso se deu por causa do tempo apertado já que a Prefeitura só entregou a proposta na véspera do recesso de meio de ano, após trabalhar por dois anos e meio em sua elaboração. Eles também reclamam da complexidade do tema e da proximidade do processo eleitoral. Entretanto, conforme várias reportagens do POPULAR mostraram, a grande discussão tem se dado sobre expansão urbana e o tamanho da liberdade que as construtoras terão para definir o destino dos bairros da capital. Assim como as obras, o projeto também ficou para 2020.

Mudanças na América do Sul

Protestos e guinadas Embora em graus variáveis pelas situações específicas, instabilidade e crise devem prosseguir em países onde houve protestos e alternância de poder, dizem analistas
Karla Jaime
karla.jaime@opopular.com.br
Ao longo de 2019, países sul-americanos passaram por mudanças políticas extremas, migrando da esquerda para a direita e vice-versa, e alguns enfrentaram fortes ondas de protestos. Em 2020, a situação tende a permanecer instável em maior ou menor grau pela dificuldade dos governos diante da pressão de grupos opositores. 

Para o escritor, analista e repórter internacional da CNN Brasil e colunista do <FI10>Estadão</FI>, Lourival Sant’Anna, não existe conexão entre os acontecimentos na América do Sul, cada país tem uma especificidade própria. Assim, os desdobramentos também são variáveis.

No Chile, observa Lourival, há muitos anos vem se armazenando um descontentamento dos jovens por causa do alto custo do ensino superior e dos mais velhos por causa da dificuldade de viver com aposentadorias de menos de mil reais. “Então, eles se juntaram nos protestos.” A crise que deixou centenas de feridos e ao menos 26 mortos nas manifestações, teve seu ápice em 25 de outubro, quando cerca de 1,2 milhão de pessoas ocuparam as ruas em Santiago.

O presidente Sebastián Piñera, desde então, está negociando com os líderes desse movimento, embora tenha sido bem espontâneo, diz o analista político. Na sexta-feira, 27, por meio de decreto supremo, Piñera convocou plebiscito para 26 de abril, quando os chilenos vão decidir se deve ser alterada a Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), uma das principais demandas dos manifestantes.

Na Bolívia, onde houve protestos por evidência de fraudes nas eleições em que Evo Morales tentava se reeleger após 13 anos no poder, a situação tende a se pacificar, com a decisão do ex-presidente de deixar o país, avalia Lourival. “Chegaram a um acordo o governo interino e a oposição, que até outro dia era o governo, de realizar eleições sem a participação de Evo Morales.”

Já na Venezuela, de onde partiram milhares de refugiados, não há sinal de acordo. Segundo o analista internacional Vitor Gomes Pinto, “o governo paralelo de Juan Guaidó é uma ficção e o presidente Nicolás Maduro parece mais firme do que nunca graças ao decidido apoio de Putin (Vladimir, presidente da Rússia).” 

Também na Colômbia, governada pela direita há 25 anos e onde o presidente Iván Duque está ameaçando o acordo de paz com as Farc, a instabilidade deve prosseguir “por causa da natureza do governo e dos setores de esquerda mobilizados”, de acordo com Lourival.

No Equador, onde protestos foram desencadeados pela retirada de subsídios dos combustíveis, forçando o governo a voltar atrás, o presidente Lenín Moreno terá de conseguir equilibrar as contas públicas sem novas medidas impopulares, o que vai ser difícil, aponta o jornalista. 

Na Argentina, diz, a economia tende a se deteriorar. “Macri (Mauricio, ex-presidente) não foi feliz na política econômica, mas tinha visão mais compatível com a possibilidade de equilibrar as finanças. Alberto Fernández (atual presidente) retoma políticas econômicas que causaram ou aprofundaram a crise, nos governos de Néstor e Cristina Kirchner, que agora volta como vice-presidente e presidente do Senado.” Isso, indica, pode resultar em problemas com o Mercosul.

Quedas põem Enel na berlinda

katherine Alexandria
katherine.alexandria@opopular.com.br
O aumento no número de reclamações contra a Enel Distribuição Goiás, especialmente no interior do Estado, fez com que o governador Ronaldo Caiado (DEM) pressionasse a multinacional italiana por melhorias durante todo o ano de 2019. A empresa assinou termo de compromisso para acelerar investimentos, entregou obras e ampliações, mas antes mesmo do fim de dezembro – primeiro prazo estabelecido – o governo reforçou apelo pelo cancelamento do contrato de concessão. O que voltará à discussão e votação na Assembleia Legislativa em 2020, mesmo a medida sendo considerada inconstitucional.

Assim, o tom político, mais do que o técnico, deve continuar a prevalecer na discussão sobre o serviço de distribuição de energia que atende a maior parte do território goiano. A empresa não descumpriu os limites estabelecidos no contrato de concessão para levar a uma anulação. Mas a falta de energia causa desgastes para o governo estadual pela cobrança da população e por impactar até na imagem da Saneago – quedas têm levado à interrupção de fornecimento de água em dezenas de municípios. 

Nesse contexto, o ano que entra tende a arrastar o embate entre a empresa que assumiu a Celg em 2017 e o governo de Caiado – que levanta até acusações sobre o processo de privatização da companhia. O resultado para o consumidor ainda é incerto, já que uma troca de distribuidora, como o governador afirma querer, pode gerar um momento de transição com impactos difíceis de se mensurar e envolve a necessidade de aportes milionários. Já a maior fiscalização e cobrança que tem ocorrido – e que pouco era feita anteriormente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – resultou na aceleração de investimentos que podem mostrar diferença em 2020.

A Enel encerrou 2019 com a entrega de três novas subestações e a ampliação de outras 23, construção de mais de 1,2 mil quilômetros de linhas e rede e aumentou em 63% o número de equipes de atendimento. Considerada a pior distribuidora do País em ranking da Aneel, a empresa foi beneficiada por flexibilização ocorrida no contexto de privatização da antiga Celg. Ganhou tempo (dois anos) para melhorar os indicadores de qualidade que dizem respeito ao tempo e à frequência das quedas de energia. 

O descumprimento por dois anos consecutivos ou no ano de 2022 pode acarretar a extinção da concessão. Por isso, a distribuidora tende a manter o ritmo de reação para reverter o mau desempenho. Para 2020, está prevista a inauguração de mais seis subestações e a ampliação de outras 44. Questionada sobre o futuro em Goiás, a empresa tem reafirmado o compromisso “de transformar uma distribuidora com uma rede em situação precária, após dez anos de falta de investimentos da gestão estatal”. A Enel tem investido 3,5 vezes mais ao ano do que a média do período em que a companhia era estatal. O que melhorou indicadores, porém nem todo consumidor percebeu. 
O desafio é que a forma como a Aneel analisa o desempenho leva em conta uma média e não considera a piora que ocorre em alguns municípios. O que gera cenários bem diferentes entre regiões, uma desigualdade mais difícil de superar pelo tamanho do território goiano.

‘Abraços’ pela resistência

Principal mecanismo de financiamento de projetos culturais, Fundo de Arte e Cultura de Goiás percorreu um 2019 de atrasos e transformações. Artistas e produtores foram às ruas
A tão aguardada recriação da Secretaria Estadual de Cultura (Secult Goiás), uma das promessas de campanha de Ronaldo Caiado (DEM), surgiu em 2019 como um afago aos artistas e produtores do Estado. Primeiro, porque o restabelecimento da pasta, então extinta em 2015, viria em um cenário que em nível nacional emergia do desmonte do Ministério da Cultura (MinC), hoje dentro da Cidadania. E, segundo, porque poderia ser um avanço na resolução dos problemas enfrentados ao longo dos últimos anos em relação aos atrasos dos pagamentos do Fundo de Arte e Cultura (FAC). 
Apenas em maio, porém, a Secult Goiás, sob comando do escritor Edival Lourenço, foi recriada, com dívida acumulada em mais de R$ 60 milhões. O atraso da quitação dos prêmios dos projetos aprovados em editais desde 2015, talvez a maior urgência entre as pendências da secretaria, acabou estimulando que a classe artística fosse às ruas, em reuniões emergenciais no gabinete da Secult e resultado ainda em um “abraçaço” ao redor do Centro Cultural Marieta Telles.

Enquanto artistas e produtores aguardavam o pagamento, muitos projetos acabaram sendo realizados sem o incentivo público, como, por exemplo, o Festival Goiânia Noise, que completou 25 anos. Outras ações não aconteceram. Em diversos casos, produtores e artistas perderam os cronogramas. Em outubro, um dos estopins para as inquietações da classe foi a do pagamento adiantado para a Goiânia Mostra Curtas, que recebeu R$ 200 mil antes mesmo do FAC lançar um cronograma de pagamento.

No apagar das luzes da gestão de Edival Lourenço frente à secretaria, em novembro, houve a liberação do pagamento do edital de 2018 e parte de 2017 para 348 projetos, que totalizam mais de R$ 30,7 milhões. Pouco a pouco os artistas recebem os prêmios para a execução dos projetos, que devem ser realizados no primeiro semestre de 2020. A dúvida agora é sobre a quitação dos atrasos relativos aos editais de 2015 (R$ 1 milhão), 2016 (R$ 1.686.760 milhão) e parte de 2017. Segundo Secult, “trata-se de um processo mais amplo cujo ordenamento administrativo/legal passa por outras áreas do governo”.

Com a troca de cadeiras - de Edival Lourenço para Adriano Baldy - veio também outras inquietações relacionadas ao Fundo. No início de dezembro, um projeto de lei na Assembleia Legislativa previa a extinção de 15 Fundos especiais da estrutura do Executivo, entre eles o FAC. O governo acabou recuando em sua extinção. Porém, uma lei aprovada flexibilizou os repasses para o Fundo ao inserir um “até” no texto da lei, que destinava 0,5% da receita líquida do Estado para o mecanismo. A nova redação foi inserida por emenda “jabuti” do deputado Jeferson Rodrigues (Republicanos).

Enquanto produtores aguardam o lançamento do edital de 2019 do FAC, ainda sem previsão, há ainda outra questão relativa à Lei Goyazes, regulamentada desde 2001, e que ainda segue com o cronograma estagnado. O resultado do edital de 2018 foi divulgado e já houve a fase dos recursos, mas não existe previsão de liberação da captação. Enquanto artistas alegam falta de diálogo, diversos projetos que colaboram para a economia criativa de Goiás seguem parados.

Futuro de elite. Não para todos

Alexandre Ferrari
alexandre.ferrari@opopular.com.br
Os três principais clubes goianos viveram 2019 completamente distintos. Únicas equipes com calendário para a temporada completa, Atlético, Goiás e Vila Nova tiveram celebrações e lamentações diferentes ao longo do ano. Do trio, o Dragão foi o único campeão - do Estadual - e o time esmeraldino carimbou passaporte para disputa da Sul-Americana 2020. Já o Tigre amargou o quarto rebaixamento no Campeonato Brasileiro e jogará a Série C no ano que vem.

Depois de três participações consecutivas na Série B, o Goiás voltou à Série A do Brasileiro e foi o único representante do futebol goiano na elite nacional. O ano de 2019 terminou em forma de celebração por causa da conquista da vaga na Sul-Americana da próxima temporada. A equipe disputará o torneio pela 8ª vez na história. 

Destaque esmeraldino no Brasileirão, o atacante Michael foi eleito a revelação do campeonato nas premiações do Bola de Prata e da CBF.

O retorno do time esmeraldino à elite também ficou marcado pelas goleadas sofridas (foram seis), a equipe terminou o Brasileirão com a pior defesa (64), mas longe de lutar contra o rebaixamento - a pior colocação foi a 15ª posição, na 19ª rodada. Por causa do elevado número de vagas - oito - destinadas à Libertadores, o clube goiano flertou com vaga na principal competição continental durante as últimas rodadas.

O Goiás, no entanto, colecionou vexames nas Copas, do Brasil e Verde, ao ser eliminado em ambas para clubes da 2ª Divisão do Brasileiro - CRB e Cuiabá. No Goianão, conquistou a melhor sequência sem derrota da história do clube na competição, chegou à final, mas foi derrotado pelo Atlético.
O Dragão, inclusive, foi o único, dos três principais clubes goianos, campeão em 2019. O título estadual foi a 14ª conquista rubro-negra no campeonato. A temporada do Atlético foi considerada um sucesso, pois o time subiu à Série A.

Depois de três anos, o Atlético voltará a principal Divisão do Campeonato Brasileiro. Das 38 rodadas da Série B 2019, em 30 o time figurou no grupo de acesso à elite (G4), mas a vaga na Série A foi confirmada com emoção e apenas na última rodada. O Dragão empatou sem gols com o Sport e se beneficiou do tropeço do América-MG, concorrente direto, para o rebaixado São Bento. A equipe rubro-negra ainda celebrou ter chegado à 3ª fase da Copa do Brasil, na qual foi eliminado para o Santos.

Outro feito comemorado pelo Atlético foi de ter mandado todos os jogos em casa, na temporada, no Estádio Antônio Accioly. A casa rubro-negra, agora, passará por reformas para receber partidas do Brasileirão. As obras ainda não começaram, mas estão previstas para janeiro.

Quem decepcionou seu torcedor ao longo de 2019 foi o Vila Nova. O time fez campanha irregular no Campeonato Goiano, mesmo assim chegou à fase semifinal e foi eliminado pelo Atlético. Na Copa do Brasil foi o time do Estado que mais chegou longe, na 4ª fase, mas caiu para o Juventude, em pleno Serra Dourada, nos pênaltis.

O principal objetivo do Tigre, porém, era de seguir na parte de cima da Série B e dar passo final no sonhado acesso, após duas boas campanhas em 2017 e 2018. A equipe colorada, no entanto, decepcionou e foi rebaixado pela quarta vez no Campeonato Brasileiro. A direção conviveu com atrasos de salários no clube, teve de reformular o elenco durante a competição nacional e o time acúmulo recordes negativos, tendo queda confirmada na 37ª rodada.
Outros goianos, Série D, Divisão de Acesso, Terceira Divisão e Base
O futebol goiano teve, além do Atlético, gritos de ‘é campeão’ na Divisão de Acesso e 3ª Divisão do Estadual. Clubes goianos também participaram da Série D do Brasileiro e da Copa Verde. Além de torneios das categorias de base e escolinhas.

Na Segundona, o Jaraguá levantou o troféu e confirmou acesso à elite do Goianão, assim como o Anápolis. Já Trindade e América foram rebaixados à 3ª Divisão, que teve em 2019, o Goiatuba como campeão ao derrotar o Inhumas, por 2 a 1, na decisão - as duas equipes vão participar da Divisão de Acesso na próxima temporada.

Em 2019 o futebol goiano teve representantes nas séries A, B e D. Anapolina, Aparecidense e Iporá participaram da 4ª Divisão nacional. O Lobo Guará foi o único que avançou à fase eliminatória. Parou nas oitavas de final ao ser derrotado pelo Juazeirense, nos pênaltis, por 4 a 3.

Assim como o Goiás, o Iporá também disputou a Copa Verde. A equipe novamente foi eliminada nos pênaltis: 6 a 5, dessa vez para o Cuiabá, que no caminho até o título também eliminou o time esmeraldino na competição regional.

Base
O ano de 2019 na base começou, como tradição, com a disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Atlético, Goiás, Trindade e Vila Nova disputaram a competição - assim como será em 2020. O Tacão foi o clube goiano que mais chegou longe, na 3ª fase. Foi derrotado para o Figueirense, por 4 a 1. Atlético e Vila Nova não avançaram da fase de grupos e a equipe esmeraldina caiu na 2ª fase.
No Brasileiro de Aspirantes, disputado por times sub-23, o Goiás, único representante goiano na competição, parou na 2ª fase.

A Federação Goiana de Futebol organizou 12 campeonatos das categorias de base, entre sub-13 e sub-20. Goiás (sub-13, sub-15, 1ª Divisão do sub-20, Copa Goiás sub-13, sub-15, 1ª Divisão a Copa Goiás sub-20), Trindade (1ª Divisão do sub-17 e 1ª Divisão da Copa Goiás sub-17), Vianópolis (2ª Divisão do sub-17), Santa Helena (2ª Divisão do sub-20), União Inhumas (2ª Divisão da Copa Goiás sub-20) e Itumbiara (2ª Divisão da Copa Goiás sub-17) foram os campeões dos torneios estaduais.
Pela primeiro ano, a FGF organizou campeonatos de escolinhas, que foram do sub-10 ao sub-16. O Goiás conquistou dois dos quatro títulos em disputa. Todas as categorias tiveram a final, em jogo único.

No sub-12, o alviverde do bateu o Atlético/Dergo por 2 a 1 e garantiu a taça de maneira invicta, com 12 vitórias em 13 jogos. No sub-14, o esmeraldino derrotou, nos pênaltis, o MBS por 3 a 2, após 0 a 0 no tempo normal. No sub-10, a Escolinha Wílson Goiano venceu, nos pênaltis, o Flagoiânia por 5 a 4. No sub-16, o Flugoiânia bateu o Campinas também nos pênaltis. Após empate por 1 a 1 no tempo regulamentar, a equipe campeã garantiu a taça ao vencer por 3 a 1 a disputa de penalidades máximas.



Expediente

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