Museu de Arte de Goiânia

Pérola do bosque

Patrimônio Refúgio urbano, Museu de Arte de Goiânia traça uma interessante linha do tempo dos aspectos culturais, sociais e políticos de Goiás por intermédio das artes
Clenon Ferreira
clenon.ferreira@opopular.com.br 

Se você prestar a devida atenção ao Bosque dos Buritis, no Setor Oeste, vai descobrir que o refúgio guarda tesouros valiosos em meio ao caos da cidade. Ali, entre flamboyants, mangueiras e papirus se esconde o Museu de Arte de Goiânia (MAG), que há 50 anos é uma das grandes janelas culturais da cidade e marco obrigatório para quem quer imergir nas artes visuais. Em continuação à série O Museu é Seu!, o POPULAR lhe convida hoje para pegar o mapa e traçar o caminho até as fronteiras artísticas da capital.

Apesar do nome, o MAG não é focado apenas em artistas e obras específicas da cidade. Há um encontro saudável entre as artes visuais de olhares goianos, mas também de outros artistas brasileiros e mundiais. O museu, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura (Secult Goiânia), possibilita uma conexão muito sóbria de intercâmbio, com um acervo constituído de pinturas, esculturas, instalações, gravuras, desenhos e outras manifestações da cultura visual. 

“Não focamos em algum tipo de arte, como a contemporânea ou a moderna. Há todo o leque de possibilidades e linguagens que o museu abarca”, explica o diretor do MAG, Antônio da Mata. Com exposições temporárias e permanentes, que duram entre dois e três meses, as duas salas do museu – Amaury Menezes e Reinaldo Barbalho – já receberam incontáveis exposições desde quando foi criado, em 1969, quando Iris Rezende (MDB) exerceu o seu primeiro mandato de prefeito de Goiânia.

Por lá passaram artistas como Siron Franco, com a famosa exposição sobre o acidente do césio 137, e Maria Guilhermina, que veio viver em Goiânia, logo depois de ter participado da Bienal de São Paulo, realizada em 1959. Ao todo, o acervo do MAG reúne mais de mil obras, a maioria de caráter regionalista, e que traça uma interessante linha histórica das transformações das artes em Goiás. Também fornece um entendimento sobre aspectos sociais, históricos e políticos da região.

Pérola do bosque, o museu é parada obrigatória para quem estiver passando por ali. “Há diversos hotéis na região. Recebemos um público misto, desde excursão de escola, passando pelo transeunte do parque, até pessoas de outros países hospedadas próxima ao parque”, conta Antônio da Mata. A agradável localização cria um laço de afeto entre museu, bosque e Centro Livre de Artes, como de fosse um roteiro traçado aos que desejam aproveitar uma tarde na região central.

Modernidade
Trabalho desafiador, o que se propõe atualmente no MAG é a digitalização de todo o acervo do museu. A proposta, de acordo com Antônio da Mata, é criar uma ponte virtual para que todos possam fazer uma visita on-line por meio da consulta das obras na internet. “Queremos sair do espaço físico e estar, também, no digital. Estamos fazendo todo um trabalho de pesquisa e catalogação para levar tudo para a web”, explica o diretor. Até lá, nada substituirá a valiosa experiência de dar um passeio pelas galerias do bosque e mergulhar nas artes visuais.

Ficha técnica
Museu de Arte de Goiânia (MAG)
Idade: 50 anos
Criação: 1969
Endereço: Rua 1, nº 605, Setor Oeste
Administração: Secretaria Municipal de Cultura
Visitação: De terça a sexta-feira, das 9 às 17 horas; sábados e domingos, das 8 às 18 horas
Média de visitação por mês: 3 mil pessoas
Entrada franca
Informações e agendamento: 3224-1196

Vá até o MAG e veja...
Acervo bibliográfico
Com mais de 1.700 livros, a biblioteca do Museu de Arte de Goiânia apresenta um acervo bibliográfico e documental diversificado referente às artes visuais de Goiás e também da arte moderna e contemporânea brasileira e internacional. 

Pegadas de Siron
Trabalho de 2002 assinado por Siron Franco, uma instalação na porta do MAG convida os transeuntes a adentrarem no museu. Divertido, um caminho de pegadas leva o público do parque para o hall de entrada do museu. O local ainda possui outros trabalhos de Siron. 

Reserva técnica
Como uma linha do tempo, é possível acompanhar as transformações artísticas e mudanças sociais e políticas da cidade por intermédio do acervo do MAG, que guarda grandes obras em sua Reserva Técnica. 

Zona verde
Não há como não falar do MAG sem se referir ao Bosque dos Buritis, proposto no plano original de Goiânia em 1933. Importante zona verde que corta o Centro e o Setor Oeste, há diversas atividades diárias no espaço, desde aulas gratuitas de ioga até apresentações cênicas. 

Centro Livre de Artes
Anexo ao prédio do MAG, o Centro Livre de Artes oferece cursos e oficinas de diversas modalidades, como música, artes visuais, dança e pilates. Vinculado à Secretaria Municipal de Cultura, o espaço cria uma extensão do museu com os alunos. 

Mergulhos do abstração
A arte abstrata provoca um mix de sentimentos por permitir que qualquer olhar multiplique suas interpretações. Essa sensação pode ser sentida na exposição A Arte Abstrata em Goiás na Coleção do MAG, que ocupa atualmente as duas salas do Museu de Arte de Goiânia.

Com curadoria de Enauro de Castro e Yara Pina, são 76 obras da coleção do museu que nunca foram mostradas juntas e outras que são inéditas. Há um recorte com trabalhos a partir da década de 1960 até os dias atuais de 47 artistas, como Siron Franco, Tomie Ohtake, Gustav Ritter, Marcelo Solá e Selma Parreira.

Localização

Expediente

Edição Multiplataforma
Rodrigo Alves
Coordenação Digital
Michel Victor Queiroz
Reportagem
Clenon Ferreira e Carmem Curti
Edição de fotografia
Weimer Carvalho

Arte
André Luiz Rodrigues
Design
Marco Aurélio Soares
Share by: