Trindade desperta devagarTextos: Rogério Borges
Sossegadamente, um homem dá lustre ao piso da nave da grande igreja, deixando o lugar brilhando, refletindo ainda mais fortemente a luz que entra pelas portas totalmente abertas e os vitrais que colorem um silêncio quase absoluto. Do lado de fora, outra pessoa dá retoques ao jardim, recolhendo folhas e arrancando brotos que atrapalham a perfeição daquela paisagem. A cidade, ali, se movimenta lentamente, bem devagar, sem pressa, sem tumultos. Estamos no epicentro da maior manifestação de fé do Centro-Oeste, mas não por enquanto. A paz ainda reina em Trindade.
É mês de março, o Carnaval acabou de passar e os lugares que atraem cerca de três milhões de devotos durante dez dias de uma das mais conhecidas romarias católicas País estão vazios. Isso não quer dizer que a festa do Divino Pai Eterno, a se realizar entre o final de junho e início de julho, não esteja na mente de todos que circulam por ali, cuidando de afazeres que, por enquanto, não exigem muita correria. Essa rotina vai mudando paulatinamente à medida que a data das celebrações se aproxima e mais e mais pessoas começam a ser envolvidas em uma grande engrenagem.
O POPULAR acompanhou, durante quatro meses, essa transformação de Trindade no ponto de convergência de milhões de fieis que acorrem à cidade da região metropolitana de Goiânia em nome da fé, da esperança, da gratidão. Neste caderno especial, você vai conhecer detalhes de como funcionam os preparativos para a romaria nos mais diversos campos, dos aspectos mais religiosos aos mais mundanos, da logística para receber tanta gente ao mesmo tempo às estratégias comerciais em torno do evento, das preocupações com segurança às ações que garantem alimentação a todos.
Nessa viagem pelos bastidores da Festa do Divino Pai Eterno, você conhecerá números que impressionam pela grandiosidade e personagens que, ao cuidar dos menores detalhes, fazem tudo acontecer. Dos carreiros de boi aos sacerdotes, dos fabricantes de santos aos policiais, do pessoal da cozinha ao pessoal da sacristia, dos romeiros que antecipam o pagamento de promessas aos gerentes de hotéis que os hospedam, conversamos com quem dá a Trindade a cara de uma das capitais da fé católica no Brasil. Um trabalho hercúleo que começa, sempre, com muita antecedência.
Louvor fora da romaria
Na igreja lotada de fieis, boa parte deles segurando folhas de palmeiras, não há mais lugar para se sentar. Mariana Cândida de Jesus, 68 anos, e sua cunhada Maria Cândida de Araújo, 76, ficam de pé em um dos corredores do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade...
O padre que não para
João Bosco de Deus está agitado, atento aos detalhes, anda depressa de um lado para o outro. João Bosco de Deus cumprimenta as pessoas afetuosamente, brinca com um conhecido ou auxiliar, devolve com sorrisos os sorrisos que recebe...
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Reportagem
Rogério Borges
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